Como a sustentabilidade, a responsabilidade social e a governança transformam o mercado brasileiro e as empresas que atuam nele.
O ESG (Environmental, Social and Governance) vem ganhando cada vez mais destaque no mundo corporativo e financeiro.
Trata-se de uma agenda de práticas sustentáveis e responsabilidade social cujo objetivo é incentivar as empresas a adotarem medidas para minimizar seu impacto ambiental e social, além de promover boas práticas de governança corporativa.
No Brasil, a agenda ESG vem ganhando força nos últimos anos, impulsionada pelo aumento da conscientização da sociedade em relação às questões ambientais e sociais, além do interesse dos investidores em companhias que colocam em prática ações responsáveis e, acima de tudo, sustentáveis.
Uma das principais iniciativas para promover a agenda ESG no Brasil foi o lançamento dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês), no ano de 2012.
Os Princípios para o Investimento Responsável são uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem como objetivo mobilizar o mercado financeiro para a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.
No Brasil, os Princípios para o Investimento Responsável são coordenados pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Desde o lançamento dos PRI, o número de empresas brasileiras que aderiram aos princípios vem aumentando a cada ano. Em 2019, o Brasil foi o quinto país do mundo em número de signatários dos Princípios para o Investimento Responsável, com um total de 83 empresas.
Entre os setores que mais aderiram aos princípios estão o financeiro, o de energia e o de alimentos e bebidas.
Além dos PRI, outras iniciativas têm impulsionado a agenda ESG no Brasil. Uma delas é o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), criado em 2005 pela B3 (antiga BM&FBovespa).
O Índice de Sustentabilidade Empresarial é um indicador que mede o desempenho das empresas em relação às práticas ESG, levando em consideração critérios como transparência, sustentabilidade financeira, eficiência energética e responsabilidade social.
Outra iniciativa importante é o Pacto Global, uma iniciativa da ONU que tem como objetivo mobilizar as empresas a adotarem práticas responsáveis e sustentáveis em suas operações.
A adesão à agenda ESG tem se mostrado vantajosa tanto para as empresas quanto para os investidores.
As empresas que adotam práticas sustentáveis e responsáveis têm maior valorização junto aos consumidores e investidores, além de obterem vantagens competitivas em relação aos concorrentes que não possuem as mesmas preocupações.
Já os investidores que buscam empresas comprometidas com a agenda ESG podem ter benefícios financeiros, como a redução do risco de investimento e a possibilidade de obter retornos mais consistentes a longo prazo.
No entanto, é importante ressaltar que a adesão à agenda ESG não deve ser vista apenas como uma estratégia meramente de marketing ou de relações-públicas.
As empresas que adotam práticas sustentáveis e responsáveis devem fazê-lo de forma genuína e comprometida, incorporando essas práticas em sua cultura organizacional e em todas as suas operações.